Adeus, Screaming Eagle of Soul
Já muita tinta correu sobre a morte de Charles Bradley. Os seus pares estão consternados e a indústria mais pobre. O M não pode deixar passar em branco esta perda. Charles Bradley era todo ele alma. Uma alma repleta de quilómetros sofridos, vividos até ao tutano que Bradley, numa manobra honesta e terapêutica conseguiu transpor para a música sem grandes floreados, sem filtrar as angústias e os medos, aliás, transformando-os no cerne da questão. E era exactamente isso que o aproximava das pessoas, do público, essa transparência que gritava (literalmente!) e que transformava em amor através da música.
Vi-o ao vivo no Cool Jazz, tinha acabado de editar o 1º álbum “No Time for Dreaming” e lembro-me que poucos minutos depois de o ver actuar, pensei com os meus botões, “caraças, que poder que tem este homem!!! nunca vi o James Brown ao vivo…mas estou a ver o Charles Bradley!”
Screaming Eagle of Soul, rest in peace.