Tori Amos
Little Earthquakes
Pus “Little Earthquakes” a tocar e tive a sensação de estar a olhar para fotografias minhas da altura em que o ouvia em loop.
Este álbum apanhou-me as hormonas mesmo a jeito. É intenso, dramático, sexual, vibrante, é pesado, corta a direito. Tori Amos chama os bois pelos nomes, não usa cá eufemismos. E depois aquele piano! Tori usa-o como uma extensão das suas angústias. “Little Earthquakes” é um álbum intemporal, é um dos álbuns da minha vida. Hoje soa-me tão bem como quando saiu em 1992. Há aqui duas canções arrepiantes: “Precious Things” e “Winter”, mas não posso deixar de referir “Happy Phantom” que me baralhou os sentidos da primeira vez que o ouvi, no seguimento dos outros temas. Recordo-me que na altura pensei qualquer coisa como: “Que chatice! Está uma pessoa a sofrer intensamente e aparece este ‘troloró’ aqui no meio a estragar tudo, tss…” e passava à frente, até ao dia em que percebi a ironia e adorei a surpresa.
Gosto de todos os álbuns da Tori Amos, mas este, guardo-o num cantinho muito especial.