albuMs
01.04.2017 • 13:04 por Mónica Mendes

D’Angelo

Voodoo

Voodoo não é um álbum. É um abraço que queremos que se prolongue mais e mais e mais. É errante, verdadeiro, acerta-nos na alma, roça-nos na pele.
Não tem canções, é todo ele música. Sentimos o pó dos instrumentos e a sujidade do som. Tem suor e camadas infinitas de vozes sussurradas que escorregam pelas melodias pegajosas, venenosas. E tem o vídeo de “Untitled (How Does It Feel)”…
Se eu sonhasse que aquele abdómen iria transformar-se no maior pesadelo de D, tinha fechado os olhos. Quer dizer, tinha-os semicerrado, pronto.
Voodoo saiu em 2000 mas é intemporal, pára o tempo, é droga pesada e cumpre a promessa mas sem bonecos de pano com agulhas espetadas, antes reverbera na nossa cabeça, temo que para sempre.
Oiço-o sempre que preciso de tomar um calmante. Não tomo calmantes.
É o álbum que mais oiço.