albuMs
29.04.2017 • 13:04 por Mónica Mendes

Malcolm McLaren

Waltz Darling

Não é muito conhecido este álbum mas resolvi ir buscá-lo precisamente por isso. Foi uma descoberta minha em teenager. Já não me recordo bem, mas é natural que a capa me tenha chamado a atenção (já que desconhecia o nome) e tenha pedido para ouvir. Amei!
E o brilharete de o mostrar aos meus amigos e explicar que misturava música clássica com música de dança e com funk? Muito à frente!
Vem portanto, lá de trás esta minha mania de descobrir para partilhar.
Antes de o pôr a tocar para escrever, pensei: “Naaa…não vou escrever sobre um álbum tão datado, que poucas pessoas conhecem…nem me vai soar bem, de certeza!” Enganei-me. Não contemplando a parte emotiva que me levou de regresso à juventude, não me pareceu nada ultrapassado nos seus pormenores altamente cuidados. E mais: descobri algo que desconhecia, a orquestra que toca com Malcolm McLaren é a de Bootsy Collins e Jeff Beck também por aqui anda.
Malcolm McLaren foi o primeiro manager dos Sex Pistols e mais tarde de Adam and The Ant, ou seja, movia-se no meio do punk mas quando se exprimia através da música era groove o que lhe saía.
Antes de “Waltz Darling”, Malcolm já se tinha atirado para fora de pé com estilos musicais desconhecidos. Foi o primeiro a trabalhar com uma dupla de DJs que, no início dos anos 80 já faziam uma coisa estranhíssima com os discos: “scratch”. É um nome bastante respeitado pelos profundos conhecedores de Hip Hop.
“Waltz Darling” é um encontro de vários estilos musicais, as vozes não são incluídas da forma tradicional, as músicas têm quebras estranhas, há harpas a conviver com teclados e com diálogos que aparecem do nada mas que ligam tudo. Já na altura percebi que este disco tinha sido composto por um visionário e não sabia da missa a metade.

Curiosidade: “Deep in Vogue” saiu, neste disco, um ano antes de “Vogue” de Madonna…