Stevie Wonder
Hotter Than July
Era eu um cotomiço de 11 anos com as restrições normais: “não mexas em nada”, mas nos discos e na aparelhagem, sim. Era uma exigência minha. Não me importava de não poder mexer no conteúdo dos móveis ou das gavetas mas a minha mão sapuda, transformava-se numa pena quando manuseava os vinis e a sensível agulha da aparelhagem Sharp. Não há memória de ter riscado um único disco. Nem este “Hotter Than July” que começou por me seduzir pela capa. A imagem de Stevie Wonder de trancinhas rematadas com missangas coloridas, deixa um sorriso na cara de qualquer um. Rapidamente percebi que o conteúdo me alegrava o corpo. “Master Blaster” foi a minha preferida. Nada como o primeiro amor. “Master Blaster” continua a ser uma das minhas preferidas, ainda hoje. Mais à frente, “All I Do” e “I Ain’t Gonna Stand For It”. Depois, a harmónica. Muito mais tarde, descobri que “Happy Birthday” tinha sido composto para parabenizar Martin Luther King.
Só depois dos 20 é que percebi que se tratava de um rei, Stevie Wonderful.
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Celso Ricardo
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Mónica Mendes
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Filipe Sanches
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Mónica Mendes
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