M do dia
17.03.2017 • 11:03 por Mónica Mendes

Slow J, TAOSD – esta nigga diz que isto é arte

“TAOSD”, lê-se The Art of Slowing Down. É o primeiro álbum de Slow J, aguardado com impaciência por muitos, depois dos singles que já andavam aí a pairar (“Comida”, “Pagar as Contas” e “Cristalina”) com a informação de que o hip hop português ia levar uma reviravolta das grandes nas mãos de Slow J.
“TAOSD” é hip hop, certo. Mas, ou muito me engano, ou é daqueles discos que vai derrubar o compartimento e espalhar-se rapidamente por vários ouvidos. Até aqueles que dizem não gostar do género.
Quando recebi o álbum, custou-me passar de “Arte”! Fiquei ali hipnotizada no “play it again, Sam” nem vos sei dizer quanto tempo. Depois lá avancei pelo resto do disco, a abrir caminho pela voz escura e dengosa de Slow J.

Encontrei guitarras portuguesas, arranjos jazzy com pianos e saxofones, samples latinos, ritmos pequeninos, subtis, outros mais gordos que fazem mexer o corpo mas deixam a cabeça livre para ouvir as rimas viscerais e atormentadas de Slow J.
“The Art of Slowing Down” é honestidade pura. As respirações não foram limpas, estão lá e reforçam que atrás do microfone está um rapper/poeta com preocupações reais que são desenroladas com a serenidade que o título defende. Esta nigga diz que isto é arte, sim.

“Arte”, “Biza”, “Sado”, “Vida Boa” 🙌🙌🙌

*Hoje à noite (17/3) Slow J apresenta “TAOSD” no Estúdio Time Out em Lisboa com os convidados Lhast, Gson e Dj Big.

“TAOSD”, Slow J